27.2.09

luxúria

Temos instintos animais, é certo. Temos vontades que nos assaltam à mercê do desejo e sem réstia de razão. Temos carências, anseios, vícios e fantasias que sustentam reacções espontâneas, por vezes irracionais, plenas de prazer, de entusiasmo e de desafio. De nós para nós. Dos outros para nós. Apenas nós. O sexo pelo sexo. O nu e cru egoísmo do prazer desmedido.
Pois bem. Que sejamos os mais loucos amantes. Que procuremos as mais memoráveis suspensões de tempo num corpo que preenche o que falta no nosso. A fusão, os sentidos apurados, as emoções ao rubro e as sensações num abismo delicioso.
Tudo, tudo isso... mas não nos esqueçamos de que somos gente. Que esse instinto animal viciante e sedutor pode ser tão arrebatador como o mais nobre sentimento.
Tenho uma pena profunda - quase tão profunda como o mais profundo suspiro de prazer - das pessoas que apenas se sabem prostituir, física e mentalmente, por não saberem gostar de ninguém. Nem delas próprias.

12.2.09

um leve e delicioso tremor...

"Os olhos que seduzem não têm sentido, eles esgotam-se no olhar. O rosto maquilhado esgota-se na sua aparência, no rigor formal de um trabalho sem sentido. Sobretudo, não um desejo significado mas a beleza de um artifício. (...)
A sedução dos olhos. A mais imediata, a mais pura. A que prescinde de palavras; só os olhos enredam-se numa espécie de duelo, de enlaçamento imediato, à revelia dos outros e dos seus discursos, no discreto fascínio de um orgasmo imóvel e silencioso. (...)
Não existe tempo de sedução nem tempo para a sedução, mas esta tem o seu ritmo sem o qual não aconteceria. Ela não se distribui como estratégia instrumental, antes caminha através de fases intermediárias. Opera no instante, num único movimento e tem sempre o seu fim em si mesma".

Jean Baudrillard in Da Sedução, 1992

7.2.09

lucky? so many times, indeed...

Sempre tive tendência para os lirismos... talvez porque acredito que há pequenas coisas que têm um sabor especial. Talvez até porque construo os dias com pequenos pedaços de coisas boas e vou escrevendo uma história pequenina de uma menina que gosta de sorrir.
A verdade é que, por vezes, basta uma música para me transportar para um estado metafísico e, tantas vezes, é "aquele" acorde que me traz à soleira da memória um momento tão importante como um toque suave de mãos que se encontram no acaso.
Gosto de falar com os olhos. E gosto ainda mais de ler os teus. É mesmo isso: basta que eu saiba que nao preciso de falar. E chega. O resto? Vem por acréscimo.

Aqui vai um retiro para onde te levo muitas vezes:

http://www.youtube.com/watch?v=UB60QHFZiqI

E, já agora...


"Do you hear me talking to you
Across the water
Across the deep blue ocean
Under the open sky
Oh my, baby I'm trying

Boy I hear you in my dreams
I feel your whisper across the sea
I keep you with me in my heart
You make it easier when life gets hard

Lucky I'm in love with my best friend
Lucky to have been where I have been
Lucky to be coming home again

They don't know how long it takes
Waiting for a love like this
Every time we say goodbye
I wish we had one more kiss
I'll wait for you, I promise you I will

Lucky I'm in love with my best friend
Lucky to have been where I have been
Lucky to be coming home again
Lucky we're in love in every way
Lucky to have stayed where we have stayed
Lucky to be coming home someday

And so I'm sailing through the sea
To an island where we'll meet
You'll hear the music fill the air
I'll put a flower in your hair

Though the breezes through the trees
Move so pretty, you're all I see
As the world keeps spinning round
You hold me right here right now

Lucky I'm in love with my best friend
Lucky to have been where I have been
Lucky to be coming home again
Lucky we're in love in every way
Lucky to have stayed where we have stayed
Lucky to be coming home someday"

Jason Mraz featuring Colbie Caillat

É lamechas? Quero lá saber...
Felicidades aos desencantados que não são capazes de desfrutar. Bem precisam...