28.2.08

nem mais...

"Pedras no caminho? Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa

26.2.08

contra-senso

Eu quero abraçar o mundo, beber a vida de um trago, sentir o limite das emoções...
Quero experimentar erros e virtudes, viagens e aconchegos, pressas e marasmos, dias, noites, segundos, minutos... quero tanta coisa…que acho que o meu lugar já não é aqui.
Mas gosto demasiado de tudo para não ficar.

8.2.08

acordes em si bemol

Eu até podia tentar espremer-te... mas não chovia na mesma.
Até podia fazer de conta que acredito em ti e deixar passar os dias nessa serenidade morna que me faz adormecer de tédio. Mas não.
Acredita que beber a vida de um trago e sentir o nervoso miudinho do mistério me alimenta os passos. Somos efémeros, vulneráveis.. de uma fragilidade tão apetecível, que seria crime não a aproveitar.
Sempre gostei do risco. E entre enganos e gargalhadas no percurso, tenho um livro de histórias para contar à lareira. Tenho tantos acordes gravados em rostos e sítios, que a minha sinfonia está quase composta.
Um dia vou tocar um trecho para ti... para te mostrar que, na minha orquestra, sou solista.. e as minhas pautas são escritas por mim.

Queria ter um baloiço suspenso na mão para te embalar de vez em quando...

7.2.08

uma tarde de sol

Entre raios de sol e um ou outro cigarro gasto no ócio das esplanadas, poderia dizer que aquilo que melhor me sabe é o sorriso.
Já nem é o travo do café. Já nem são aquelas frases ditas por acaso com acordes de simpatia.
É o traço espontâneo dos gestos simples.
As reacções de cristal de instantes fugazes...tão banais, mas tão ricos.. que eu quase diria que sou feliz.

2.2.08

a morte nem sempre é física...

Dei-me a tudo o que tu amavas e fiz de conta que era inocente, ou, pelo menos, perversa, para não te perder. Dei-me depois ao ressentimento de não te ter, à maledicência de ti, por não saber ser-te indiferente. Dou-te agora a minha morte, para que finalmente fiques do meu lado.

in Fazes-me Falta, Inês Pedrosa

círculo


Depois de tantas palavras amargas, de tanta distância, de tanto deserto, porque me vens dizer o que já sei?
Eu sinto-te a remoer na saudade, a brincar às escondidas com os sentimentos verdadeiros e chego a sentir pena de ti porque, no fundo, nunca partiste.
Ainda és aquele esqueleto de papel que eu protegia do vento, mas não deixas de ser uma alma cinzenta que não sabe em que direcção seguir...
Nunca te dei um mapa? Pois não.. Todos os caminhos vêm dar aqui, não é?