28.4.08

momentos solarengos

Tinha muitas saudades de uma boa gargalhada. Tinha saudades de me sentir estranha num sítio pouco habitual.
Depois daquele riso incontido, sôfrego, infantil... e depois de algum tempo ocupado com um nada saboroso... descobri que posso usar um chapéu de palha mesmo quando chove... e que posso voltar a ser criança sempre que me apetecer.
Percebi que é bom sentir que posso pertencer a qualquer lado, sem ser de lado nenhum.

18.4.08

em qualquer rua

"Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Conheço tão bem o teu corpo
Sonhei tanto a tua figura
Que é de olhos fechados que eu ando
A limitar a tua altura
E bebo a água e sorvo o ar
Que te atravessou a cintura
Tanto
Tão perto
Tão real
Que o meu corpo se transfigurae
Toca o seu próprio elemento
Num corpo que já não é seu
Num rio que desapareceu
Onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco"


Mário Cesariny - Poema

16.4.08

apenas duas linhas.. e talvez chegue.

“Escrever pode ser uma óptima desculpa para quem na vida não tem qualquer esperança. É uma maneira de preencher uma sombra e há momentos em que um beijo escrito vale por muitos.”

Pedro Paixão

breve

"Organizamo-nos para nos perpetuar e o nosso sonho é organizarmo-nos tão bem que sejamos capazes de ultrapassar a nossa estada temporal e experimentar alguma espécie de imortalidade terrestre."

Jeremy Rifkins in "O Século Biotech"

3.4.08

insónia

Quando o sono não vem, quando a noite espreita...
Quando a saudade aperta, quando o silêncio dói...
Nas mãos dorme o cheiro de uma loucura recente. Dois corpos colados no suor de um momento.
Na pele fica o toque dos dedos de medo... e no no corpo vazio descansam poemas...
Dois vultos caminham para lados opostos, como inimigos serenos num duelo de afectos.