15.9.08

curta metragem

Passamos a vida a correr, a lutar contra um tempo que passa cada vez mais depressa, a descobrir novas formas de entusiasmo, novas maneiras de encontrar um desafio que nos faça ir mais longe, ultrapassar novos limites.
E de repente (re)paramos: algumas pessoas mudaram tanto que nem as conhecemos, certas coisas deixaram simplesmente de o ser e é então que deixamos de saber se tudo o que fomos construindo no meio da azáfama dos dias é maior do que aquilo que perdemos por não guardar uns minutos para pensar no que vai sendo adiado.
As fotografias são uma boa ilustração dos momentos. A memória é dos melhores arquivos a que temos acesso. Mas nada traz de volta aquelas cenas irrepetíveis que, transportadas para a película, seriam o melhor filme das nossas vidas.
Que saudades da inocência...

11.9.08

já agora...

quando chegar a hora, como é que eu vou saber que morri?

8.9.08

bom dia

Só pessoas completas são capazes de partilhar afectos, ao invés de se concentrarem no seu próprio umbigo em busca de uma plenitude inatingível.

5.9.08

Foi um encontro?

Sentiu um arrepio, mas concentrou-se e deixou-o afagar livremente as mãos dela como sempre fazia.
Era uma sensação estranha, aquela. Vivia os dias à espera dos gestos de carinho espontâneos e quando os recebia, tornava-os fugazes por ter medo de não saber como reagir.
O calor das mãos de alguém é algo que se aproxima do efeito de um antipirético na época das grandes febres de infância: alivia o desconforto e recarrega baterias, apesar de aumentar a temperatura dos afectos. Poderia chamar-se "própiréctico emocional", mas parece que se chama mesmo "ternura".
E ela entregava as mãos, a medo, enquanto mantinha os ouvidos alerta à espera do toque do despertador.