20.10.08

aperto

Ando a evitar escrever, para não ter de registar que deixei de acreditar em muitas coisas.
Deixei de achar que vale a pena… e que palavras como “amizade”, “amanhã”, “dor” e “verdade” têm afinal outros contornos. Dei-lhes uma nova expressão. Revesti-as de pormenores de que não me quero esquecer no devir.
Nunca fui crente, mas sempre evitei ser uma revoltada.
Nunca percebi a adoração massiva de conceitos intangíveis, o medo de questionar em que mundo vivemos, o que nos rege, para onde vamos.
Este é um momento em que sei apenas que a realidade é carente de justiça e de equilíbrio entre todos os elementos que nos fazem “gente”.
Sinto apenas que me custa aceitar um mundo que me priva daqueles que me poderiam fazer melhor.