De que vale passar a vida a fugir de destinos onde queremos aportar, se as horas são sempre mais pobres quando voltamos as costas aos nossos desejos?
Lembro-me de uma velhinha com mais anos de memória do que muitas vidas minhas, que trazia sempre um sorriso na algibeira, agarrado a uma teia de estórias.
Lembro-me de a ouvir a despertar-me os sentidos, a transportar-me no tempo para um tempo de nuances coloridas, de sombras transparentes…
Dizia-me que um dia eu ia descobrir uma paleta só minha e que da minha vida faria a tela com os contornos que eu quisesse.
Dizia-me que tolos são aqueles que fogem aos pintores que os aguardam.
Dizia-me que o esboço estava feito.
Agora só faltas tu para o colorir…