28.1.08

Não quis dizer-te que não haveria regresso, para poder poupar-te a dor da saudade. Parti, sorrindo numa madrugada de orvalho doce, para guardar o cheiro das horas que escrevemos no silêncio. Éramos duas crianças que julgavam que o amanhã era de papel. Éramos dois sonhadores que queriam guardar memórias entre papéis de rebuçado, para saborear mais tarde…no calor de uma lareira adormecida…
Arrastei os passos, embora soubesse que haveria de chegar à encruzilhada do caminho onde a balança dos afectos pesa mais do que a razão…mas segui, pensando que há ratoeiras nas palavras que trocamos ao deixar o que não queremos perder.
E cheguei àquela parte do caminho em que já não sabemos quem somos, de tanto que queremos mudar ou fugir do que não queremos ver…
E lá estavas tu: no ar, nas paredes, nas minhas mãos e nos meus olhos…tu e as tuas memórias, para me atormentar. Tu e as tuas histórias, para me lembrar…que o amanhã pode ser tarde demais…

2 Comments:

Blogger O meu mundo said...

simplesmente maravilhoso menina bi....
nem tenho palavras para descrever o kt gostei:)
és especial e tu sabes disso:)
beijinho grande***

28 de janeiro de 2008 às 21:41  
Anonymous Anónimo said...

Cicatrizes. É o que resta quando nos despedimos sem largar.

Que bom ler a tua prosa. Que triste aquilo que escreves.

29 de janeiro de 2008 às 20:44  

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